A Praia de Atlântida

No final da década de 50, um empresário, Cláudio Casaccia, loteou uma área destacada de Capão da Canoa e deu início a uma nova praia a qual se denominou de Atlântida. Deveria ser uma praia que rivalizasse com Torres, que ostentava, na época, o título de praia da elite. Mais próxima de Porto Alegre, a ideia era atrair pessoas de destaque da nossa sociedade, e seduzi-las pelas condições da nova praia, para que viessem construir suas casas ali. De fato, foi o que aconteceu, Maurício Sirotzky Sobrinho e outros, passaram ali a veranear. Para se ter uma ideia, naquela época, as senhoras iam para praia, de salto alto, ostentando enormes pingentes e envoltas em vistosas saídas de banho. Os homens tomavam uísque, na beira da praia, servidos por garçons vestidos a rigor, maneirismos que o Sr. Caburé reeditaria anos depois. Estava me esquecendo, ia-se a praia só na parte da manhã até as duas horas, mais ou menos, à tarde quem iam à praia eram as domésticas.

Ao que parece o projeto dos edifícios, ao redor da praça central, e o plano de urbanização teriam sido elaborados por dois professores da Faculdade de Arquitetura, da URGS, a única existente na época, Edgar Graeff e Ubatuba de Farias, cujo busto ainda vemos na rótula de Atlântida. Hoje são quase trinta, Tôrres, por sinal, tem a da Ulbra. Uma comissão altamente qualificada examinava cada projeto de construção, pois o plano diretor era muito exigente. Só casas térreas podiam ser construídas, e parece que até a orientação do hotel deveria ser diferente, perpendicular à praia para que todos pudessem ter uma visão do mar, o que afinal não se concretizou. Quando o fundador faleceu, parece-me que houve uma repartição entre os filhos: a exploração da empresa que fazia o tratamento da água (ETA) ficou para o filho, que era arquiteto e que durante mais algum tempo deu andamento a obra do pai, o hotel para a filha, etc., ou seja, Atlântida pertencia a uma família. Mais tarde a Corsan comprou a empresa e a Prefeitura de Capão da Canoa, de alguma maneira assumiu a área; hoje ela pertence à Xangri-Iá.

Atlântida nunca teve rodoviária e sempre foi conhecida por possuir casas lindíssimas a primeira que eu me lembro foi a casa de vidro ou dos espelhos, depois a casa do holandês, hoje inexpressiva, depois a casa de Pierre Alexander, que ainda pode ser apreciada e finalmente a casa do Sr. Caburé; caravanas de carros passaram e passam para visitar essas casas.

O nome ATLÂNTIDA, foi tirado de Platão; nos seus diálogos Timeu, Critias e A Republica, neles ele menciona a existência de um continente, que os sábios de hoje, dizem ter se situado entre as Américas e a África, em que viviam seres altamente evoluídos e inteligentes, teriam sido eles que ensinaram aos egípcios o método de construção das pirâmides, a astronomia, a matemática, etc. Aos gregos eles ensinaram quase todo o conhecimento que deslumbra o mundo até hoje. Ao que parece aquele' povo maravilhoso desapareceu por efeito de um maremoto.

Que sincronicidade, a praia chama-se Atlântida, um lugar de pessoas evoluídas, assim reza a lenda, e o município Xangri-lá, um lugar mágico em que as pessoas não envelheciam e gozavam de uma felicidade perene, era assim, na novela Horizontes Perdidos, do escritor inglês, James Hilton.

Texto de Hilton Goulart

 
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